Vitamina D

11/01/2021Blog

Estamos de volta e, como o prometido, nosso primeiro post do ano será sobre um pró-hormônio extremamente importante: a Vitamina D!

artigo vitamina d pesquisas hormonais priscila viau

Juntamente com o paratormônio e a calcitonina, a Vitamina D é essencial no processo de regulação do cálcio plasmático dos animais de companhia. A deficiência deste hormônio está associada a uma série de patologias como a doença renal crônica e as enteropatias. À primeira vista, é impossível não associar este hormônio com a essa época do ano, afinal a síntese da vitamina D está intimamente ligada à exposição ao sol, certo? Nem sempre! Embora nós humanos consigamos sintetizar vitamina D em nossa pele, o mesmo não acontece com os nossos pets. Cães e gatos obtêm Vitamina D através da ingestão da vitamina D2 e D3 em sua dieta. Enquanto a vitamina D2 está presente principalmente em plantas, a vitamina D3 pode ser encontrada em altas concentrações em peixes como sardinha e salmão, nas gemas de ovos e no fígado. Em outras palavras: uma alimentação balanceada, seja ela natural ou industrializada é extremamente importante para manter a saúde dos nossos pacientes em dia, já que eles dependem exclusivamente dela para obter a vitamina D.

Na veterinária, duas formas de vitamina D são mensuráveis em amostras de soro: 25-hidroxivitamina D (25OHD) e 1,25-di-hidroxivitamina D (calcitriol). Isso acaba causando uma certa “confusão” no momento da solicitação da dosagem hormonal.O 25OHD é produzida pelo fígado e sua concentração é paralela à da vitamina D disponível, que pode ser de origem alimentar (colecalciferol (D3), ergocalciferol (D2)) ou produzida na pele de alguns animais sob a influência da luz ultravioleta. Como a hidroxilação enzimática da vitamina D no fígado depende quase inteiramente da disponibilidade do substrato, a mensuração de 25OHD é um excelente marcador do estado geral da vitamina D. Ela pode ser usada para diagnosticar tanto condições de deficiência quanto de excesso de vitamina D e, portanto, é extremamente valiosa na investigação de distúrbios hiper e hipocalcêmicos. Outras situações nas quais podemos esperar resultados anormais de 25OHD incluem: deficiências alimentares, síndromes de má absorção e intoxicações com rodenticidas. Algumas pesquisas ainda sugerem que baixas concentrações de 25OHD podem ser um fator de risco para insuficiência cardíaca congestiva (ICC) em cães. Existem extensas evidências de que a vitamina D tem ações cardioprotetoras por suprimir o sistema renina-angiotensina-aldosterona, diminuindo a hipertrofia miocárdica, inibindo citocinas pró-inflamatórias e melhorando a disfunção endotelial e aterosclerose. (Kraus, Rassnick, Wakshlag et al, J Vet Intern Med, 2014, 28, 109-115)

Já o calcitriol é produzido pelas células tubulares renais como resultado da ação enzimática (1α-hidroxilase) sobre o substrato 25OHD. A taxa desse processo é controlada pelas concentrações de paratormônio (o aumento do PTH causa aumento da atividade da 1α-hidroxilase). O calcitriol é a forma biologicamente mais potente de vitamina D e suas principais atividades são direcionadas ao aumento das concentrações séricas de cálcio, incluindo aumento da captação intestinal de cálcio. A falha das células tubulares renais em gerar calcitriol em casos de doença renal é um dos mecanismos que contribuem para o hiperparatireoidismo secundário renal (e da “mandíbula de borracha”). Portanto, a medição do calcitriol pode ter algum valor na compreensão da função tubular renal e dos efeitos do PTH no sistema da vitamina D. Em cães, gatos e na maioria das espécies domésticas, a absorção passiva de cálcio no intestino é baixa. Nessas espécies, a absorção intestinal de cálcio é quase exclusivamente mediada pela vitamina D. A situação é diferente em cavalos, coelhos nos quais há uma absorção passiva de cálcio significativamente maior e o status de cálcio é controlado mais por perdas renais. Nessas espécies, os efeitos da doença renal no status do cálcio serão diferentes dos da maioria das espécies comuns de mamíferos.

A metodologia considerada PADRÃO OURO para dosarmos a 25-hidroxivitamina D (25OHD) e a 1,25-(OH)2-Vitamina D (calcitriol) é a Cromatografia Líquida (HPLC e LC/MS/MS), contudo metodologias alternativas, como o Radioimunoensaio (RIE) e o Enzimaimunoensaio (EIE) também são usados na rotina de grandes laboratórios (p.ex: Michigan State University).

Abaixo alguns trabalhos publicados na literatura onde destacamos o método/kit empregado:

 

  • 1,25-(OH)2 -Vitamin D- Immundiagnostik, Alemanha (Ensaio imunoenzimático)¹
  • 25‐Hydroxyvitamin D 125I RIA Kit- DiaSorin, Scantibodies, BC, EUA ( Radioimunoensaio)²,³ *

 * Observação: O fabricante deste kit migrou para a metodologia CLIA nos Sistemas LIAISON. Trata-se de uma quimioluminescência em “FLASH” diferente da metodologia mais conhecida e empregada nos laboratórios veterinários no Brasil, a quimioluminescência da empresa Siemens dos equipamentos da linha Immulite. Vale lembrar, que até o presente momento essa outra plataforma não dosa a vitamina D em seus equipamentos.

Vale lembrar que a Vitamina D na amostra sérica é susceptível a degradação pela luminosidade. É muito importante após a coleta sanguínea, fazer a separação do material (centrifugação no máximo até 1 hora após a coleta) e proteger esse soro acondicionando o material protegido da luz. Assim aconselhamos que, antes mesmo de iniciar a coleta, você separe seu tubo âmbar (modelos na foto abaixo) ou cubra o tubo que você tiver disponível com papel alumino. Depois disso é só congelar e encaminhar para o laboratório que irá realizar a dosagem para você. Esses passos são indispensáveis para garantir a qualidade da sua amostra e um resultado confiável!

Modelos de microtubos âmbar com tampa de rosca
Modelos de microtubos âmbar eppendorf

Fotos: Modelos de microtubos âmbar com tampa de rosca (esquerda) e eppendorf (direita).

Fontes:

1. Osuga, T. et al. (2015). Vitamin D Status in Different Stages of Disease Severity in Dogs with Chronic Valvular Heart Disease. J Vet Intern Med.29(6): 1518-1523.

2. Kraus, M.S. et al. (2015). Relation of vitamin D status to congestive heart failure and cardiovascular events in dogs. J Vet Intern Med.28(1): 109-115.*

3. Wakshlag, J. J. et al (2011). Cross-sectional study to investigate the association between vitamin D status and cutaneous mast cell tumours in Labrador retrievers. Br J Nutr.106(S1): S60-S63

Texto elaborado por:

 

Gabriela Siqueira Martins

Dra. Gabriela Siqueira Martins

Veterinária, Corpo Editorial e Gestão de Projetos da empresa Pesquisas Hormonais e do Movimento Hormone Lovers

Dra. Priscila Viau Furtado

Veterinária, CEO fundadora da empresa Pesquisas Hormonais e do Movimento Hormone Lovers

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Andresa Matsui

Médica Veterinária, MSc, Pesquisadora da Mérieux NutriSciences Brasil

"A parceria realizada com a empresa Pesquisas Hormonais foi muito satisfatória. O comprometimento da Priscila Viau com a qualidade, transparência e integridade na prestação do serviço foi imprescindível para os ótimos resultados obtidos em nossos projetos. A Pesquisas Hormonais é uma empresa que representa ética e respeito, comprometida com a segurança, confiabilidade e rastreabilidade das informações, desde a recepção das amostras até a entrega de resultados pontuais e confiáveis. Agradecemos à Pesquisas Hormonais pelo intercâmbio de conhecimento técnico advindo de nossa parceria."

Álan Gomes Pöppl

Médico Veterinário, Doutor em Ciências Veterinárias, Sócio-Fundador da ABEV - Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária, Professor do Departamento Medicina Animal da Faculdade de Veterinária da UFRGS e Coordenador do Serviço de Endocrinologia e Metabologia HCV-UFRGS e da Residência em Clínica Médica de Pequenos Animais

"Contar com o apoio de um serviço como este no âmbito de determinações hormonais é um privilégio, tanto na conduta de casos clínicos, como em termos de pesquisas clínicas na área de endocrinologia. Tenho a felicidade de contar com a colaboração e apoio desta equipe em pesquisas hormonais há alguns anos e só tenho a agradecer toda confiança e parceira que permearam todos estes anos."

Profa. Dra. Sofia Borin Crivellenti

Endocrinologia Veterinária
Clínica Médica de Pequenos Animais
Universidade Federal de Uberlândia - FAMEV/UFU

"Com o velho clichê "confiança é tudo", agradeço todos os momentos em que já pude contar com essa equipe incrível nas minhas pesquisas envolvendo dosagens hormonais. Confiança tem muito a ver com se colocar no lugar do outro, entender o que ele está passando e compartilhar seus problemas e anseios. Com atitude certa, profissionalismo e uma boa dose de confiança, essa equipe sempre me auxiliou a alcançar meus ideais dentro da endocrinologia veterinária."

Jamile Haddad Neta

Médica Veterinária
Doutoranda em Ciência Animal/Bolsista CAPES
Universidade Estadual de Londrina

"Tive a oportunidade de conhecer os serviços prestados pela Pesquisas Hormonais na ocasião do meu experimento de doutorado em que trabalhei com reposição estrogênica em felinos. Precisava de alguém muito confiável para dosar o estrógeno das gatinhas e busquei me informar sobre laboratórios que poderiam me oferecer este tipo de serviço. Minha orientadora ligou para alguns pesquisadores  e todos indicaram a Dra. Priscila Viau, tecendo comentários muito positivos a seu respeito. Mandei um e-mail e pude compreender, logo no primeiro contato telefônico, o motivo dela ser uma referência na área. Apesar de não conhecê-la pessoalmente, foi como se eu estivesse em todo momento a seu lado. Sua postura extremamente profissional, qualificada, responsável e detalhista fez com que eu me sentisse plenamente confiante de que minhas amostras não poderiam estar em melhores mãos.  Pude perceber também a existência de uma fluidez na comunicação entre os membros da equipe, por ocasião do pagamento e do rápido envio dos resultados.   Enfim, minha experiência com a empresa pode ser resumida em duas palavras:  Parabéns e Obrigada!"

Julyenne Christynne

Médica Veterinária Clínica Comportamentalista
Pós graduanda em Medicina Felina

"A maior vantagem foi ter contato direto com a empresa, sendo atendida em todas as dúvidas e muito bem orientada de como enviar o material de forma correta e executar os procedimentos com o material a ser analisado sem nenhuma dúvida, devido à clareza da equipe. O atendimento foi excelente e atendeu todas minhas expectativas. Recebi os resultados dentro do esperado, de forma explicativa e em formatos editáveis, o que facilitou a introdução dele dentro da pesquisa. "

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